O Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen-MG) passou a operar, desde o início de junho, com um Sistema de Informação Laboratorial (LIS) integrado ao Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), plataforma oficial do Ministério da Saúde. Trata-se da primeira implementação do tipo no país.
Com a nova integração, os resultados de exames realizados nos 20 laboratórios da Fundação Ezequiel Dias (Funed) passam a ser transmitidos automaticamente ao sistema federal, agilizando a liberação de laudos e ampliando a rastreabilidade das amostras. A expectativa é reduzir falhas associadas ao preenchimento manual e melhorar o controle de dados para a vigilância epidemiológica.
O Lacen-MG atende os 853 municípios mineiros, cobrindo uma população de 21 milhões de pessoas. Antes da integração, boa parte do processo era feita por meio de planilhas e registros manuais, o que demandava mais tempo e gerava riscos de inconsistências.
Interoperabilidade com sistema federal
A mudança foi viabilizada com a adoção do sistema Korus, desenvolvido pela empresa brasileira Pixeon. Para permitir a interoperabilidade com o GAL, o sistema precisou ser adaptado às rotinas da Funed. A integração envolveu o mapeamento dos fluxos laboratoriais da instituição e a construção de uma interface específica para o novo modelo.
Segundo Glauco de Carvalho Pereira, diretor do Lacen-MG, o LIS permite uma gestão mais eficaz das diferentes etapas dos exames — desde o cadastro da amostra até a emissão do laudo —, trazendo ganhos operacionais que impactam diretamente na capacidade de resposta da saúde pública estadual.
Avanços na automação de processos
Embora o GAL já seja utilizado por laboratórios públicos em todo o Brasil, ele não oferece suporte completo à automação de processos internos. Com a adoção do LIS, o Lacen-MG busca preencher essa lacuna, com potencial para influenciar iniciativas semelhantes em outros estados.
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