O reajuste dos planos de saúde é uma das maiores preocupações de quem depende de um convênio médico para garantir atendimento de qualidade. A cada ano, os beneficiários conhecem uma nova tabela de valores, que varia conforme o tipo de plano, faixa etária e modalidade de contratação — individual, coletivo ou empresarial.
Em 2025, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu um reajuste anual do convênio em 6,91% para os planos individuais e familiares, um índice abaixo dos registrados nos últimos dois anos.
Mas o que isso representa na prática? Como ficam os custos do plano, os contratos coletivos e corporativos e o impacto da faixa etária nos reajustes? A seguir, entenda como essa mudança no plano de saúde empresarial e particular afeta diretamente o bolso do consumidor.
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O que é o reajuste dos planos de saúde?
O reajuste dos planos de saúde é a atualização periódica dos valores pagos pelos beneficiários para manter seus convênios ativos.
Esse aumento considera fatores como custos assistenciais, inflação médica, frequência de uso dos serviços e faixa etária. Ele pode ser aplicado tanto em planos individuais quanto nos modelos coletivo empresarial ou plano de saúde corporativo.
A cada ano, o valor das mensalidades sofre alterações que impactam diretamente o orçamento dos usuários e das empresas contratantes. Por isso, entender como funciona o reajuste anual do convênio é fundamental para acompanhar mudanças de valor e evitar surpresas na fatura.
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Como funciona o ajuste anual dos valores?
Nos planos individuais e familiares, o reajuste anual do convênio é regulado diretamente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O índice é calculado com base na variação das despesas assistenciais das operadoras e outros indicadores econômicos, como a inflação do setor.
Segundo a ANS, a metodologia considera o Índice de Valor das Despesas Assistenciais (IVDA) e o Índice de Reajuste dos Planos Individuais (IRPI). O objetivo é equilibrar a sustentabilidade das operadoras e o direito do consumidor de ter um convênio médico com valores previsíveis.
Já nos planos de saúde coletivo por adesão e empresarial, o índice de reajuste dos planos de saúde não é definido pela ANS. Ele é negociado entre operadora e contratante, o que pode gerar aumento dos planos de saúde muito acima da média — exigindo atenção especial das empresas e consumidores.
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O que mudou com o reajuste dos planos de saúde individuais?
Em 2025, a ANS autorizou um reajuste dos planos de saúde individuais e familiares de até 6,91%. Esse índice representa uma redução em relação ao reajuste de 2023 (9,63%) e ao de 2022 (15,5%), o maior da história recente. O novo percentual afeta cerca de 15,6% dos 51 milhões de beneficiários de planos no Brasil, ou seja, mais de 7,9 milhões de pessoas.
A nova tabela de reajuste da ANS leva em conta a desaceleração nos custos médico-hospitalares e o comportamento das operadoras após a pandemia. Mesmo sendo um percentual menor, o impacto ainda é sentido por famílias e aposentados, principalmente em faixas etárias mais elevadas, onde o aumento dos planos de saúde tende a ser mais oneroso.
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Desafios dos planos de saúde coletivos no Brasil
Enquanto os planos individuais contam com índice de reajuste dos planos de saúde fixado pela ANS, os planos de saúde coletivos, sejam empresariais ou por adesão, funcionam de forma diferente.
Nesses casos, o reajuste anual do convênio é definido pela própria operadora em negociação com a empresa contratante ou entidade responsável. Esse modelo, que não segue os mesmos limites regulatórios, pode provocar uma mudança de valor muito mais significativa.
Nos últimos anos, o aumento dos planos de saúde coletivos foi em média três vezes maior do que o dos planos individuais. Em 2024, a expectativa é de que os planos de saúde corporativos e por adesão sofram reajustes entre 18% e 25%, conforme projeções do setor levantadas pelo InfoMoney.
Essa realidade preocupa, sobretudo porque os planos de saúde coletivos representam cerca de 80% do mercado de saúde suplementar no Brasil, segundo a Agência Brasil.
Diante desse cenário, há uma proposta em discussão para regulamentar os reajustes também nos planos coletivos, com o objetivo de trazer mais equilíbrio e previsibilidade aos custos do plano para empresas e beneficiários.
A ausência de limites claros para os aumentos tem gerado insegurança para empresas contratantes e uma mudança no plano de saúde empresarial em busca de alternativas mais sustentáveis.
O reajuste dos planos de saúde em 2025 trouxe mudanças significativas para beneficiários e empresas, com índices mais controlados nos planos individuais, mas pressões crescentes sobre os planos de saúde coletivos.
Em um cenário onde o aumento dos planos de saúde impacta diretamente o orçamento familiar e os custos operacionais das empresas, é fundamental buscar informações atualizadas, avaliar alternativas e entender seus direitos.
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