Alta confiabilidade em instituições de saúde: Liderança, cultura e indicadores em foco

A busca por organizações de saúde altamente confiáveis (High-Reliability Organizations – HROs) tem se intensificado globalmente. Inspiradas em setores como aviação e energia nuclear, essas instituições operam com excelência em ambientes de alto risco, mantendo níveis mínimos de falhas graves. Na saúde, adotar esse modelo é essencial para reduzir danos evitáveis e fortalecer a resposta institucional frente aos riscos assistenciais.

Essa transformação, no entanto, exige mais do que boas intenções. Requer uma liderança ativa, cultura organizacional orientada à segurança e indicadores confiáveis para embasar decisões.

Liderança com propósito transforma organizações

Nenhuma instituição se torna altamente confiável sem uma liderança presente e comprometida com a cultura de segurança. Líderes eficazes são aqueles que reconhecem riscos, escutam suas equipes, não toleram negligências, aprendem com os erros e tomam decisões guiadas por princípios éticos. Estudos mostram que a liderança transformacional é a base para uma cultura de segurança sólida e sustentável.

Cultura de segurança: base para a confiança institucional

Organizações confiáveis veem o erro como oportunidade de aprendizado, não de punição. Isso exige uma cultura justa, sistemas seguros de reporte e equipes engajadas. Ferramentas como o Patient Safety Culture Survey e o MaPSaF ajudam a medir a maturidade dessa cultura, em linha com abordagens como o Lean, que foca no sistema e não nas pessoas.

Cinco princípios das HROs que devem ser aplicados na saúde

Weick e Sutcliffe definiram cinco características comuns às HROs:

  • Preocupação com a falha
  • Relutância em simplificar
  • Sensibilidade às operações
  • Compromisso com a resiliência
  • Deferência à expertise

Esses princípios norteiam programas como o Qmentum International, consolidando práticas de cuidado seguro e eficaz.

Método, não retórica

A alta confiabilidade exige método e ferramentas. Há aquelas reativas, usadas após eventos adversos, e as proativas, aplicadas para prevenir falhas. Ambas devem ser estruturadas e integradas à cultura e aos processos organizacionais.

Indicadores: é preciso medir com qualidade

Medir apenas não basta — é preciso medir bem. Indicadores devem ser válidos, confiáveis e contextualizados. Na QGA, validamos externamente indicadores assistenciais com base em critérios técnicos e estatísticos, usando ferramentas como o HSO Measurement Framework e o Indicator Assessment Tool, garantindo dados úteis para decisões seguras.

Acreditação: ferramenta estratégica de transformação

A Acreditação internacional, como a metodologia Qmentum International, traduz os princípios das HROs em práticas aplicáveis. Mais do que um selo, é um processo contínuo de fortalecimento institucional, baseado em padrões globais de qualidade e segurança, como os da ISQua.

Alta confiabilidade: uma jornada, não um fim

Buscar alta confiabilidade não é alcançar um marco estático — é sustentar uma jornada contínua de evolução. Isso exige coerência, escuta ativa, gestão baseada em dados e, sobretudo, foco genuíno nas pessoas. Confiança, afinal, se constrói com consistência e propósito.

*Rubens Covello, CEO da Quality Global Alliance (QGA).

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