O número de mulheres com planos de saúde no Brasil alcançou o maior patamar da série histórica: 27,6 milhões de beneficiárias em abril de 2025, o que representa 53% dos 52,3 milhões de vínculos médico-hospitalares ativos. Os dados constam na Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB nº 106), divulgada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
Segundo a publicação, o crescimento está associado a três fatores principais: a retomada do emprego formal, o envelhecimento populacional e a valorização da atenção à saúde em todas as fases da vida. Em relação ao último pico, registrado em 2014 (26,6 milhões), houve um acréscimo de 1 milhão de vínculos femininos.
“O crescimento mais acentuado nas faixas entre 40 e 49 anos e acima de 75 anos reflete uma preocupação crescente das mulheres com a prevenção e o acesso ao sistema privado de saúde”, avalia José Cechin, superintendente executivo do IESS.
Crescimento entre mulheres mais velhas
De 2020 a 2025, o número de beneficiárias aumentou 9,2%, com destaque para os grupos de 45 a 49 anos (+27,6%), 40 a 44 anos (+21,9%) e 75 a 79 anos (+24,4%). Por outro lado, houve retração nas faixas de 0 a 1 ano (-12,3%) e de 1 a 4 anos (-7,8%), indicando um desafio para a inclusão de públicos mais jovens e evidenciando a mudança no perfil etário da população.
Cechin ressalta que o sistema suplementar precisa se adaptar à nova realidade: “É essencial oferecer estruturas de cuidado e prevenção específicas para a saúde feminina. As mulheres historicamente se preocupam mais com a própria saúde do que os homens — e isso deve estar no centro do planejamento dos serviços.”
Vínculo com emprego formal é determinante
A principal porta de entrada para as mulheres na saúde suplementar continua sendo os planos coletivos empresariais, que representam 69,2% dos vínculos femininos – cerca de 19,1 milhões de beneficiárias. A região Sudeste lidera em concentração, com 59,6% desse total. Só o estado de São Paulo reúne 9,7 milhões de mulheres com cobertura médico-hospitalar privada, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais, com cerca de 3 milhões cada.
“O vínculo formal de trabalho sustenta o acesso à saúde suplementar. Quando mais mulheres estão inseridas no mercado formal, mais têm acesso a planos empresariais”, destaca Cechin.
Saúde suplementar em expansão
Além da presença feminina, a NAB nº 106 mostra que, entre abril de 2024 e abril de 2025, o total de beneficiários de planos médico-hospitalares cresceu 1,9%, com quase 1 milhão de novos vínculos. Os planos exclusivamente odontológicos avançaram ainda mais: alta de 5,9%, somando 1,9 milhão de novos contratos e alcançando 34,8 milhões de usuários.
Esse movimento acompanha a recuperação do mercado de trabalho. De acordo com dados do Novo Caged, o número de empregos com carteira assinada subiu de 46,5 milhões para 48,1 milhões. O setor de serviços foi o principal responsável por essa alta, com a criação de 867 mil novas vagas.
“Os planos coletivos empresariais acompanham de perto o movimento do emprego formal. Nos últimos 12 meses, esse tipo de plano cresceu 3,9%, com 1,4 milhão de novos vínculos”, finaliza o superintendente do IESS.
A íntegra da NAB nº 106, com gráficos e tabelas por faixa etária, estado, tipo de contratação e modalidade de operadora, está disponível em no site do IESS.
Leia mais de Juliana Santos