Setor de dispositivos médicos cresce com impulso da produção nacional e exportações

O setor de dispositivos médicos iniciou 2025 em trajetória de crescimento. De acordo com o Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), divulgado recentemente, o consumo de produtos médico-hospitalares cresceu 3,3% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2024.

Os destaques ficaram por conta dos segmentos de materiais e equipamentos para a saúde e próteses e implantes (OPME), que registraram altas expressivas de 9,4% e 13,8%, respectivamente. Já o mercado de reagentes e analisadores apresentou retração de 9%.

A produção nacional também avançou, com crescimento de 5%, o que refletiu na geração de 2.416 novas vagas nas atividades industriais e comerciais do setor, totalizando 152.371 trabalhadores — número que não inclui os empregados em serviços de diagnóstico e terapias complementares. O aumento no emprego foi de 1,6%, com destaque para a fabricação de materiais para medicina e odontologia, que abriu 580 novos postos.

Exportações em alta, déficit comercial em queda

As exportações de dispositivos médicos somaram US$ 239 milhões entre janeiro e março, um salto de 26% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. As importações, por sua vez, totalizaram US$ 1,993 bilhão, com leve queda de 0,7%. Apesar do saldo comercial ainda deficitário — US$ 1,754 bilhão —, houve recuo de 3,4% no déficit.

Cirurgias e consultas crescem, mas número de exames recua

No SUS, o número total de internações caiu 1% no primeiro trimestre, somando 3,3 milhões de atendimentos. Por outro lado, as consultas ambulatoriais cresceram 8%, e as internações para coleta de material aumentaram 5,3%. Uma das principais altas foi registrada nas internações por intercorrências clínicas na gravidez, que avançaram 3,6% no período.

As internações para cirurgias subiram 0,9%, totalizando 1,5 milhão de procedimentos. Entre os destaques, estão as cirurgias do aparelho circulatório (+8,5%) e do sistema nervoso central e periférico (+9,1%).

Em sentido oposto, a realização de exames ambulatoriais apresentou queda de 7,2%, com 302,6 milhões de procedimentos realizados. Ainda assim, exames voltados ao diagnóstico em vigilância epidemiológica e ambiental dispararam 78,1%, impulsionados pela epidemia de dengue que atinge o país.

Mudanças demográficas exigem adaptação do sistema de saúde

“A queda no número de nascidos vivos, observada pelo IBGE pelo quinto ano consecutivo em 2023, reflete uma mudança importante no perfil demográfico do país. A pandemia de Covid-19 intensificou essa tendência, ao mesmo tempo em que aumentou a idade média das mães brasileiras”, avalia José Márcio Cerqueira Gomes, presidente executivo da ABIIS.

Segundo ele, essa combinação de fatores explica a redução nas internações para parto e o fechamento de leitos obstétricos, além do aumento nas intercorrências clínicas durante a gravidez. “O envelhecimento populacional exige que o sistema de saúde se adapte, inclusive no que diz respeito às compras e ao uso de dispositivos médicos, para atender às novas demandas assistenciais”, conclui.

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