ANS abre consulta pública sobre novo tratamento para linfoma raro na saúde suplementar

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abriu nesta terça-feira (9) a Consulta Pública nº 157, que discute a possível incorporação do medicamento pirtobrutinibe, da farmacêutica Eli Lilly do Brasil, na cobertura obrigatória dos planos de saúde. A terapia é indicada para pacientes com linfoma de células do manto (LCM) que já tenham recebido ao menos duas linhas de tratamento, incluindo um inibidor da enzima BTK.

O pirtobrutinibe é o primeiro e único inibidor reversível da tirosina quinase de Bruton (BTK), uma enzima associada a diversos tipos de leucemias e linfomas de células B, como o LCM — tipo raro de câncer que afeta o sistema linfático, responsável por combater infecções no organismo.

A consulta pública segue aberta até o dia 28 de abril. Profissionais de saúde, pacientes, pesquisadores e a população em geral podem enviar contribuições por meio do site da ANS.

Entenda o linfoma de células do manto

O LCM é uma doença rara que afeta cerca de um em cada 200 mil indivíduos por ano no mundo, sendo mais comum em homens acima dos 60 anos, segundo a gerente médica de Hematologia da Lilly, Laura Yolanda Garcia.

“Trata-se de um linfoma agressivo, com recaídas frequentes e redução progressiva na sobrevida a cada recidiva. Mesmo terapias inovadoras, como os inibidores da BTK covalentes, embora eficazes, perdem efeito com o tempo, e a expectativa de vida após sua falha era inferior a um ano”, explica.

O LCM se desenvolve a partir de linfócitos B tumorais originados na zona do manto dos folículos linfáticos — geralmente nos linfonodos — mas pode afetar também outros órgãos.

A importância do pirtobrutinibe

Aprovado pela Anvisa em novembro de 2023, o pirtobrutinibe demonstrou resultados promissores em estudos clínicos com pacientes que já haviam utilizado inibidores covalentes da BTK. Entre os principais dados do ensaio clínico:

  • Taxa de resposta geral: 57% dos pacientes tiveram redução do volume tumoral.
  • Resposta completa (sem detecção da doença): 19%.
  • Resposta parcial (redução significativa do tumor): 38%.
  • Duração mediana da resposta: 17,6 meses.
  • Sobrevida global: 23,5 meses, mais que o dobro da média anterior de 10 meses.

O medicamento oferece uma nova opção terapêutica justamente para o grupo de pacientes com menos alternativas após falhas nos tratamentos anteriores.

Consulta pública

Além do público geral, são especialmente esperadas contribuições de profissionais da saúde, sociedades científicas, instituições de pesquisa, universidades, entidades representativas e operadoras de planos de saúde.

Para participar, basta acessar o site da ANS.

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